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Terça-feira (10/02), acontecerá o COQUETEL, PREMIERE e EXPOSIÇÃO do filme South American Cholow em São Paulo, na Matilha Cultural. A filmmaker Phuong-Cac Nguyen conversou com a gente em 2013 e contou quando e como surgiu a ideia de fazer um documentário sobre a cultura lowrider no Brasil. Autora do guia Total Sao Paulo: A Guide to the Unexpected, Phuong-Cac saiu do berço da cultura lowrider nos Estados Unidos e aterrissou em São Paulo, em 2006, por onde acabou ficando por mais de quatro anos.

Como você conheceu a cultura lowrider no Brasil? Por que achou interessante transformá-la em um documentário?

Eu encontrei a cultura lowrider no Brasil em 2008, quando estava fazendo pesquisa para meu guia, Total São Paulo: A Guide to the Unexpected. Eu ia para o centro de SP, especificamente na Galeria do Rock para descobrir lugares para incluir no livro. Nesses passeios, eu via pessoas vestidas no estilo de cholo de L.A., e fiquei muito curiosa. Pensei em fazer um material sobre esses caras, mas como eu estava ocupada com meu livro, não consegui revisitar a pauta até o ano passado. Resolvi fazer um filme ao invés de um material escrito porque eu vi que eu realmente tive que achar um jeito para mostrar a profundidade da cultura chicana aqui no Brasil, eum material escrito não serviria como um documentário.

Quais são as principais características dos lowriders brasileiros e o que mais os diferenciam dos lowriders dos Estados Unidos? E o que os aproximam?

No primeiro olhar, esteticamente, é bem difícil perceber a diferença entre os lowriders brasileiros e lowriders americanos. Os brasileiros se vestem o mesmo jeito: bermudas largas, Nike Cortez sneakers, regatas e T-shirts brancas, meias brancas que vão até os joelhos. Eles também têm tatuagens parecidas, feitas no estilo fine-line, que são cinza e preto. Alguns até têm tatuagens de gangues de L.A. A diferença aparece quando você se aproxima: os nomes de suas mulheres ou mães ou filhos são em português e os nomes do bairro de onde eles vêm são no Brasil.

A cultura lowrider e o estilo de vida dos lowriders surgiram entre grupos marginalizados pela sociedade. No Brasil isso é totalmente diferente, não?

A cultura lowrider surgiu devido a um encontro entre a cultura californiana e a cultura mexicana. A cultura lowrider ganhou fãs porque foi um jeito para os jovens mexicanos manterem suas identidades — o orgulho — de ser mexicanos. No Brasil, claro, os lowriders não tem esse mesma história, mas os brasileiros sentem uma fraternidade com nos EUA por causa dos mesmos valores que eles têm em comum, por exemplo, família, tatuagens que lembram das pessoas importantes nas suas vidas,

Por volta dos nos anos 90 surgiram os primeiros interessados na cultura lowrider aqui no Brasil, certo? Para você, o movimento tem crescido? Você acredita na força desse movimento e popularização aqui no Brasil, assim como nos Estados Unidos?

Como eu percebi desde meu primeiro encontro com essa cultura de lowrider no Brasil, o movimento parece vir em ondas. Em 2008 eu vi com mais frequência as pessoas que estavam inseridas nessa cultura, mas também naquela época eu estava saindo mais, então talvez isso tenha me dado uma impressão de que a cultura era maior. Até o ano passado (2012), existia uma balada que foi dedicada às pessoas que gostam de cultura chicana. Hoje em dia, enquanto faço pesquisas para meu filme, eu soube que também tem essa cultura no Rio e Brasília. Mas por causa dos custos de lowriders, e o tempo que uma pessoa precisa se dedicar para fazer, arrumar e achar peças para um lowrider bike e carro, eu acho que essa cultura não vá crescer tanto quanto a cena nos EUA.

O significado do termo “cholos” no Brasil também é diferente do que se conhece em outros países das Américas?

Minha decisão chamar o filme “South American Cholo” foi uma referência para a significado do “cholo” no América do Sul, que é usado para descrever as pessoas indígenas de Peru e Bolívia. Na verdade, eu acho que poucas pessoas no América do Sul sabem que esse termo também refere para os nomes dos lowriders nos EUA. Por isso eu usei o nome, que tem um significado duplo.

Onde aconteceram as filmagens?

A maioria aconteceu em Mooca, onde nasceu a cultura de lowriders em SP; Bom Retiro, e no centro.

Para finalizar, podemos conhecer um pouco da Phuong-Cac e da sua ligação com SP? Você desenvolveu uma relação profunda com a cidade… o que tanto te envolveu?

Me mudei para SP porque apaixonei pela cidade. Eu sei, é estranho porque eu desisti das praias lindas de Los Angeles e da organização dos EUA para uma experiência completamente oposta, mas na minha primeira viagem para SP, em 2006, eu já pensei que SP seria “o” lugar para se estar, e eu quis fazer parte do crescimento da cidade. Os EUA estavam com problemas graves de economia e política, e eu sabia que eu realmente estava precisando ter novas experiências. Como sou jornalista, enxerguei os brasileiros como um fonte de inspiração, então isso facilitou meu envolvimento com a cidade, em termos de oportunidades profissionais e pessoais.

O slogan da nossa marca é “keep disturbing”. O que para você é “perturbador” em São Paulo?

São os paulistanos mesmo. Estou muito impressionada com a economia criativa na cidade. Isso é “perturbador” pra mim, pessoas que continuam inventando, mudando e experimentando com as coisas, até elas acharem algo que funciona. E quando não funciona mais, elas inventam uma outra.

QUANDO: Terça-feira, 10 de março
HORARIO: 18hs-22hs (Exibição do filme as 19hs, 20hs, 20.30hs, 21hs e 21:30hs)
Com:
• Bato-papo com cast & crew após a primeira sessão as 19hs
• Exposicão de fotos (até 30 de março) por Adalberto Rossette, Rafael Jacinto e João Kehl
• Exposição de lowrider bikes (até 14 de março) incluindo Lado Norte Bike Club e

Otra Vida Bike Club
• Exposição de lowrider carros
• DJs Luiz Gordo, Xamã e Pancho
• Outras surpresas!

LOCAL: Matilha Cultural / R. Rêgo Freitas, 542 – República, São Paulo
#SouthAmericanChoLow

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